• in_ventos poéticos

  • performance

  • paisagens

  • discos

  • imagens

  • poesia

  • bio

  • loja

  • notícias

  • contato

  • More

    0
    rodrigo bragança
    • Facebook Social Icon
    • YouTube Social  Icon
    • SoundCloud Social Icon
    • Grey Instagram Icon
    contato@rodrigobraganca.com 
     
    comprar o livro Solo para um Homem Só

    rompante                         

     

    envergonhado

    com a falsidade das palavras

    o poema rompe o papel

    e abraça forte

    o poeta

    primeiros socorros (kit)

     

    um bolsão quente de abraços

    uma faixa de amarrar desesperos

    uma voz de travesseiro

    um maço de algodão (não serve o salgado)

    óleo de massagem para egos

    balas azuis

    goma de mascar nuvens

    luvas de veludo para ouvidos

    chocolate suíço XL 500g 

    máscaras anti-descaso

    comprimidos efervecentes de alegria 350 mg

    lambidas de cachorro (pacote com 40 unidades)

    merthiolate para melindres

    playlist com 200 áudios de risadas de crianças 

    pastilhas de sol 

    pílulas do esquecimento (de si mesmo)

    um disco daquele cantor negro mineiro (para ouvir de luz apagada)

    um tubo de pomada do sono (aplicar no dedão esquerdo após as refeições)

    um redutor universal de distâncias 2.0

    uma passagem de volta pra casa a qualquer hora saindo de qualquer lugar 

     

     

    irrepresável 

     

    porque é preciso

    enjaular os leões

    e fazer os urros

    caberem numa lata

    onde não cabe

    o erro

    a birra

    o berro

    a marra

    o murro

    o esporro

    o aluguel

    o imposto

     

    nenhuma poesia 

    hérnia

     

    vér

    te

    bras

    en

    tu

    lha

    das

    num

    can

    to

    rou

    co

    neu

    ro

    ses

    em

    pi

    lha

    das

    comprimindo

    o disco

    comprimidos

    pa

    ra

    a

    in

    sô

    nia

    da

    co

    lu

    na

    ver

    te

    bral 

     

    nada

    ​

    nada dava conta

    ​

    daquele olhar

    encostado no canto

    ​

    daquele nada

    incrustado no teto

    o adeus

    ​

    as mãos acenam
    o peito carrega e deságua a voz naufraga
    os olhos chovem
    o fim da tarde trágica

    ​

    a cidade acabou

    ​

    nunca há tempo
    para uma despedida
    o abraço uma hora acaba

    escuro azul

    ​

    são judas soprando o sino
    o pipoqueiro guardando o milho
    o sol vermelho empurrando o carrinho pra onde meus olhos febris caminhavam

    ​

    ​

    solitude

    ​

    quando

    só

    fico

    bem
    só

    inteiro

    fico

    são

    ponto final na tarde

    ​

    São Judas soprando o sino
    o pipoqueiro guardando o milho
    o sol vermelho empurrando o carrinho pra onde meus olhos febris caminhavam

    date

    ​

    não fiz a barba
    não dei bom dia ao espelho não fiquei online
    não abri o email
    não fui à padaria
    não saí pra pegar as cartas não atendi o telefone
    não arrumei a casa

    aqui dentro o som da rua
    o estalo da janela de alumínio
    o ruído da casa de máquinas
    a cena de quando ela foi embora a minha respiração inquieta

    vesti minha cara amarrada
    e fui me encontrar com a solidão

    solidão 949

    ​

    quando estou porta

    quando estou pedra

    quando estou mula

    quando estou cela

    quando estou poste

    quando estou vala

    quando estou sêca

    quando estou lua

    quando estou farpa

    quando estou falta

    quando estou nunca