álbuns autorais
images of the unconscious
2022
Todas as faixas de IMAGES OF THE UNCONSCIOUS são improvisações em que o artista explora o uso de efeitos e processamentos do som da guitarra elétrica. Resultam daí paisagens sonoras abstratas que abandonam os discursos convencionais das estruturas formais tradicionais. Nessa proposta, é o timbre e as texturas (e não a melodia) que conduzem a experiência sensorial do ouvinte. Sob outro ponto de vista, o álbum também pode ser visto como um compêndio de trilhas sonoras advindas de experimentações por meio de diferentes técnicas de improviso e da expansão da linguagem da guitarra elétrica.
mind oceans
2022
MIND OCEANS é uma coleção de improvisos que expande o universo sonoro da guitarra elétrica, com a criação de texturas e paisagens musicais singulares, resultado de anos dedicados à exploração de novos timbres e experimentações. Enfatizando o uso de efeitos e processamentos sonoros, Rodrigo Bragança explora novas possibilidades de discursos não-convencionais, por meio de diferentes técnicas de improviso e composição.
Como exemplos de seu discurso estético, o artista sugere uma caminhada em Third Walkers, enquanto em Mysterious Ocean introduz o primeiro clímax dessa narrativa; Suas escolhas são orientadas por momentos em que o timbre da guitarra foge do lugar comum e se aproxima de sons experimentais e etéreos, usualmente gerados em sintetizadores eletrônicos e presentes na ambient music contemporânea.
“Me permito entrar num fluxo de expressão natural em que me coloco atento e presente. São meditações ativas em que me lanço sem saber onde aquela música vai terminar – Nas correntes de ideias (ar) e emoções (água), vou para onde sinto que a corrente está me levando e preenchendo o oceano de sensações e viagens por águas profundas” – Rodrigo Bragança.
Sobre o processo criativo do álbum...
Acho que nunca criei um disco tão espontâneo. O que fiz foi improvisar a partir das idéias de timbres/processamentos da guitarra que surgiam. Tudo é improvisado. O que fiz foi selecionar trechos que eu gostava mais. Minha única preocupação foi gerar climas, paisagens sonoras que pudessem soar interessantes e servir a alguma imagem. Na verdade, essas músicas pra mim são imagens, cenários. Daí, eu poderia extrair pinturas, cenários, filmes, narrativas, ou cidades inteiras. Como as Cidades Invisíveis do Ítalo Calvino ou mesmo aqueles mundos do Star Wars.
Em muitos casos, gravei um loop com uma idéia musical que se configurou como a estrutura rítmica ou cama da peça a partir da qual eu desenvolvi as outras idéias. Delays foram muito usados em praticamente todo o disco. Reverbs construíram uma identidade sonora fundamental pra todo o álbum. Eles ambientam, determinam o espaço onde a música propriamente dita vai acontecer. Em Micro Space, alguns glitches são gerados pelo processamento do timbre da guitarra. São insetos, aranhas aquáticas... Pra mim, o que marca esse álbum é o caráter experimental dele e a atitude que me propus de encarar o risco, me lançando em caminhos inéditos pra mim, sem saber qual seria o resultado. Uma busca por algo novo sempre esteve presente, fosse numa escolha de timbre, num caminho melódico ou harmônico. Em Psycho investigation, uso um recurso que só existe na minha Moog Guitar: o VO Power, que permite a sustentação infinita dos sons. Isso me ajudou a criar longos drones enquanto os glitches ruidosos e aleatórios desenhavam um contorno mais rítmico dos acontecimentos. Outro recurso usado foi o e-bow (arco elétrico). Também com a propriedade de sustentar as notas, porém em Space Ants com um timbre mais agressivo, o e-bow costura a faixa do início ao fim processado pelo efeito de tremolo. Em Moon Tracker , o e-bow ainda comanda... Mind Desert traz efeitos de reverse, loops e delays. Uma peça feita com as "sobras" do som. Em Taking off a brincadeira é com padrões rítmicos sobre notas longas.
In_Ventos Poéticos
2019
O disco é um registro de diálogos em que Rodrigo entra com o som particular de sua guitarra e seus efeitos com pedais, e que busca sempre dialogar, motivar e ser motivado pelo outro artista convidado seja ele um outro poeta, músico ou compositor.
Produzido por Rodrigo Bragança
Solo para um homem só
2017
As paisagens sonoras criadas por Rodrigo Bragança para performance de improvisações de música e dança com Priscila Torres convidam o ouvinte a uma imersão em um sentimento universal: a solidão. Os poemas do livro 'Solo para um Homem Só' são o ponto de partida e o guia de um percurso que começa no útero materno, passa pela infância, adolescência, idade adulta e atravessa a existência. A solidão que percebemos, a solidão que nos acomete sem nos tocarmos, a solidão que dói no corpo e dói na alma. A solidão que nos lança no vazio, a solidão com a qual não sabemos lidar, que nos implode e nos faz explodir. O abandono, a separação, a solidão imposta por algo externo, aquela necessária para o nosso amadurecimento e por fim a solitude, estado de inteireza que pode nos curar e dar luz à escuridão. A narrativa poético-sonora desenha com delicadeza e contundência o caminho do homem só que sente, processa, amadurece e transcende a dor da solidão através da busca do auto-conhecimento e da espiritualidade.
Que essa experiência possa, de alguma forma e em algum nível, nos transformar positivamente. Que possamos reconectar nossa humanidade ao examinar com profundidade nosso Ser para enxergar melhor o outro e o mundo ao nosso redor com um olhar mais amoroso.
Produzido por Rodrigo Bragança.
Mixado por Ricardo Mosca.
Guitarras, vozes, theremin, baixo, samples e programações por Rodrigo Bragança.
Lágrimas de Chorar Estrelas
2008
Nesse disco, a instrumentação das canções, conta com originais texturas de guitarra elétrica, além da voz do compositor-intérprete, experiência bastante incomum no contexto da música popular brasileira. Nela, o artista explora ao máximo seus limites e consequentemente, amplia e aprofunda suas possibilidades timbrísticas e expressivas por meio da experimentação de novas técnicas e, ainda, com o auxílio de pedais de efeito analógicos. isso sem deixar de lado o caráter brasileiro das canções de um artista influnciado pelo movimento do Clube da Esquina dos anos 1970, o ponto de partida para essa ousada proposta.
Produzido por ricardo mosca e co-produzido por rodrigo bragança
o que se falou sobre o cd . . .
"Tá genial! Uma obra-prima! Pirei com o resultado incrível que vc conseguiu com texturas e harmonias ultra-contemporâneas, com letras inusitadas e inventivas, sem deixar um segundo de ser singelo, expressivo e profundamente sublime.... Sem falar na produção que é nota mil !” Ale Siqueira, produtor musical
“Rodrigo é um orquestrador maravilhoso. Pode-se transcrever esses arranjos para sopros, cordas ou eletrodomésticos. É sublime. São pinturas em movimento. A composição dos elementos - no sentido de construção - é absurdamente harmoniosa. Estou falando dos arranjos, mas isso permeia todas as instâncias do cd: melodias, harmonias, células
rítmicas, timbres, letras, roteiro, planos (camadas). Há muita ferramenta, é muito-muito criativo, instigante, há sempre algo surpreendendo... Sua voz é linda. O timbre é encorpado, tem fraseado mega musical, expressão, nuance, confissão, entrega e doação. Tem nudez.” Ilana Volcov, intérprete
“ ...aqui Rodrigo radicaliza na individualidade, pois as 14 faixas são executadas valendo-se exclusivamente de sua ótima voz e de sua exímia habilidade com a guitarra elétrica. O resultado é um disco extremamente melódico e doce, com um quê de melancolia a nortear letras e arranjos.”
Fabian Chacur, jornalista - Portal MondoPop